29 de agosto de 2017 | Richard Morais

Nesse anos trabalhando no segmento segurança do trabalho sempre nos deparamos com a questão de segurança do trabalho vs produtividade.
Ora o empregador que reclama, ora o trabalhador reclama. A segurança do trabalho muitas vezes é vista como empecilho…
Fato é que produtividade e segurança são lados da mesma moeda. Não é saudável “A guerra entre Segurança e Produtividade”. Não é preciso escolher apenas uma.
Se você ainda pensa assim, é provável que sua empresa tenha uma ou mais dos seguintes problemas:
– Você e sua empresa não possui uma estratégia de segurança verdadeira e abrangente.
– Sua estratégia de segurança foi desenvolvida no vácuo! Certamente a empresa não tem aplicado às melhorias que, por exemplo, um PPRA bem elaborado e implementado provoca.
– Você ou sua empresa pregaram em seus trabalhadores a mentalidade de que a segurança é o inimigo da produtividade.
Diagnosticar o problema é primeiro passo para fazer a gestão de SST (saúde e segurança do trabalho) romper de uma vez por todas.
DETERMINANDO O FATOR MATURIDADE
Uma das formas de corrigir esse problema é diagnosticar o nível de maturidade da gestão de segurança da empresa.
No livro “Mudança Cultural Orientada por Comportamento” os autores dão ótimas dicas para ajudar a diagnosticar a maturidade da gestão de segurança da empresa.

Os parâmetros são o seguinte:
Taxa de Frequência maior do que 20 # Cultura do Choque
– Espírito vigente: Ausência praticamente total de uma cultura de segurança.
Só existe movimento na área de segurança quando acontece algum acidente que choca às pessoas. Após a crise volta tudo ao normal.
– O sujeito da cultura: Ausente.
Taxa de Frequência em torno de 5 # Cultura do Conflito
– Espírito vigente: Uma “comissão” é constituída para brigar pela segurança e saúde no trabalho (SESMT).
Regras, legislação, são as armas pelo SESMT e outros órgãos de segurança para impor a segurança.
– O sujeito da cultura: ELES mandam, definem, orientam.
Taxa de Frequência em torno de 1 # Cultura da Consciência
– Espírito vigente: As pessoas possuem nível de consciência crescente.
Não precisam ser vigiadas para usar EPIs, e cuidar de si mesmas no que se refere a sua segurança no trabalho.
Vivenciam a gestão de segurança em todos os seus processos.
– O sujeito da cultura: EU sei, faço, oriento e decido adequadamente.
Taxa de Frequência em torno de 0,2 # Cultura do Cuidado
– Espírito vigente: As pessoas cuidam umas das outras.
No comando da empresa um estado de serenidade e qualidade de vida coexiste com ótimos resultados nos negócios.
– O sujeito da cultura: NÓS cuidamos uns dos outros espontaneamente.
O QUE FAZER PARA DESENVOLVER UMA CULTURA DE SST MAIS MADURA NA EMPRESA?

O primeiro ponto é fazer a liderança de a empresa entender que segurança do trabalho faz parte do negócio, e que dezenas de benefícios são atraídos quando a empresa cuida melhor dos seus.
Esse trabalho é para médio e longo prazo! Assim como as pessoas não conseguem mudar radicalmente de uma hora para outra, as empresas não conseguem.
É preciso um trabalho contínuo e árduo entre liderança da empresa e SESMT (não necessariamente nessa ordem) para que a maturidade da cultura se estabeleça, e assim, naturalmente os resultados vão aparecer.
CONCLUSÃO
A segurança demonstrou ser um amigo, não um inimigo, de produtividade. As organizações mais seguras são regularmente as mais produtivas e vice-versa.
Ambiente de trabalho não tem haver somente com documentação! Muitas empresas tem muito papel e pouca segurança prática e forma genuína.
A segurança não é atividade conflitante! É como a empresa produz, se ela pensa e busca age produzindo de forma segura em todos os níveis do processo produtivo. Isso faz toda a diferença.
Coloque essas duas questões críticas em volta da mesa de planejamento de trabalho e produtividade todo o dia. Produção e segurança devem andar juntas.
Não é segurança vs produção. É uma produção segura.
Fonte: http://segurancadotrabalhonwn.com